Uma só fonte autorizada nos fornece alguns pormenores sobre São Tarcísio. É uma inscrição do papa São Dâmaso (366-384). Diz: "Quem quer que sejas, leitor fica ciente do mérito igual destes dois mártires para quem a recompensa. O povo judaico lapidou Estêvão que o exortava a seguir uma lei melhor; este triunfou do inimigo; o primeiro levita fiel mereceu a palma do martírio. São Tarcísio levava os mistérios de Cristo, quando mão criminosa se empenhou em profaná-los: preferiu deixar-se chacinar a entregar aos cães raivosos o corpo do Salvador."
Mas na verdade muito pouco se sabe da vida de São Tarcísio. Mas os fatos dos quais temos conhecimento nos mostram sua grande alma.
Tarcísio era acólito, isto é coroinha na igreja de Roma, no século III. Ele acompanhava o papa Sisto II na missa (esse papa morreria, por Ser cristão, em torno do ano 258). Nessa época, celebrava-se a eucaristia embaixo da terra, nas catacumbas, devido à perseguição do imerador romano Valeriano.
Quando os cristãos eram lançados às prisões, e quase sempre mortos depois, costumava-se levar-lhes a comunhão às escondidas, para que não desanimassem nem perdessem a fé. Quem fazia isso eram os diáconos.
Um dia, às vésperas do martírio de um grande grupo de cristãos, o papa Sisto II não sabia a quem mandar para levar a comunhão na prisão, pois seus diáconos também estavam presos. Foi então que o coroinha Tarcísio, com apenas 12 anos, se ofereceu. Todos diziam que poderia ser morto, mas ele argumentou que ninguém desconfiaria de uma criança. Afirmou ainda que preferia morrer a entregar a Eucaristia aos pagãos romanos.
Diante disso, foi aceito. Passando por uma estrada chamada Via Ápia alguns rapazes perceberam o modo cauteloso como Tarcísio segurava algo sob a roupa. Tentaram saber o que era. Como se recusasse a mostrar-lhes, apedrejaram-no até a morte. Quando foram procurar o que Tarcísio levava, as Hóstias haviam sumido misteriosamente. Um soldado cristão viu Tarcísio caído e o levou às catacumbas onde foi sepultado. Desde o início, Tarcísio foi venerado como exemplo de santidade. É, como dissemos, o padroeiro dos acólitos ou coroinhas.
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